Quando as Zebras Abandonaram a sua Zona de Conforto
Em tempos idos, parte da população mundial de zebras ostentava pelagem completamente branca, enquanto a outra exibia elegância na sua pelagem toda preta.
Por viverem em geografias diferentes, estes distintos grupos sociais não se conheciam, não contactavam entre si e não tinham amigos fora do seu rebanho. Mas após a ascensão da Internet e o surgimento de apps de encontros, algumas zebras curiosas descobriram que, noutras savanas e pradarias, havia zebras com pelagem de coloração diferente da sua.
Vivia-se um contexto histórico e uma realidade socioeconómica demasiadamente monocromáticos. Foi nessas circunstâncias que zebras brancas e zebras pretas pensaram em abandonar as respetivas zonas de conforto. Se bem o pensaram, melhor o fizeram: grupos de zebras solteiras corajosas, “em perigos e guerras esforçados”, decidiram mudar de território.
Neste processo de globalização zebrática, as fêmeas em estado reprodutivo aproximavam-se de garanhões de origens diferentes. À medida que a confiança aumentava, trocavam carinhos, o que culminava em altas vocalizações de afirmação do conseguimento amoroso.
Passado um ano, nasciam zebras miscenizadas, com elegantes casacos listados e belíssimos padrões que evoluíram até aos nossos dias. Cada zebra desenvolveu a sua identidade única, um código que, em boa hora, foi aproveitado para identificação e rastreamento de produtos em estabelecimentos comerciais.
Hoje em dia, as zebras monocromáticas estão completamente extintas.
Para acrescentar um toque de patriotismo, é importante lembrar que o inventor do termo “zebra” foi um português.