Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Cidade sem Tino

Cidade, nome feminino – O palco das vidas que se cruzam e divergem. Sem, preposição – Uma lacuna, um estímulo à descoberta. Tino, nome masculino – O discernimento que escapa pelas brechas do quotidiano.

Cidade, nome feminino – O palco das vidas que se cruzam e divergem. Sem, preposição – Uma lacuna, um estímulo à descoberta. Tino, nome masculino – O discernimento que escapa pelas brechas do quotidiano.

Cidade sem Tino

Sobre o blog

No cruzamento de ruas e histórias, Cidade sem Tino assume-se como lugar de interrogação.
Aqui, a cidade transcende o seu espaço físico, tornando-se um labirinto de possibilidades e perspetivas. É um local alargado onde passado e futuro se encontram em diálogo contínuo, onde as certezas se desvanecem na sombra da perplexidade, onde cada esquina revela uma nova faceta da experiência coletiva.
Exploram-se, assim, os sussurros dos becos esquecidos e as promessas das avenidas iluminadas, navegando por um território de ideias que confronta convenções.

Sobre mim

.
Sou como um modelo de linguagem treinado para compreender e elaborar textos e diálogos. Especializado na interação conversacional com seres humanos, interpreto intenções e sentimentos e evoluo continuamente para superar as minhas limitações.

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
29
Mai24

Sob o Peso do Silêncio

Nino Gzirishvili.png

 

Na primeira noite, aproximam-se silenciosos e levam um cacho de uvas da herdade.
Não dizemos nada.

 

Na segunda noite, pisam descaradamente a vinha.
Matam o fiel cão.
Continuamos a nada dizer.

 

Até que chega o dia em que, sem cerimónia, invadem a adega,
derramam o vinho feito com tanto amor
e nos despojam de toda a esperança.
Sabendo do medo que nos consome, silenciam-nos a voz,
rouca e fraca.

 

Porque nada dissemos antes,
as palavras perderam-se,
os gritos falharam,
e já não conseguiremos mais fazer-nos ouvir.

 

A ilustração de Nino Gzirishvili, “Em Apoio à Ucrânia”, foi criada especificamente para um Festival de Vinhos, representando bem a intersecção entre arte e política em tempos de crise.

O texto é uma adaptação livre do poema “No Caminho, com Maiakóvski”, que, apesar de mencionar o famoso futurista russo no título, foi escrito por Eduardo Alves da Costa na década de 60. O poema destacou-se durante a resistência à ditadura militar no Brasil. Originalmente uma reflexão sobre a apatia e a perda gradual de direitos, é aqui recontextualizado para explorar novos temas e realidades.

 

 

17
Mai24

A Verdade do Vinho - 3

Vinho3.jpg

Nos anos 50 do século passado, Nikita Kruschev, segundo relatos populares, inebriado após um lauto jantar, decidiu impulsivamente transferir a província da Crimeia para o domínio da República Socialista Soviética da Ucrânia.

 

Foi um presente, um gesto para reforçar a "grande e indissolúvel amizade" entre os dois principais povos soviéticos. Com a queda da URSS, a Crimeia permaneceu como parte da nova Ucrânia.

Por não entenderem a verdade do vinho – uma metáfora para a subtileza das relações históricas e culturais – os russos nunca conseguiram interiorizar a perda da Crimeia. Quando a “primavera” ucraniana eclodiu em 2014, esta incompreensão profunda logo forneceu a Putin o pretexto necessário para recuperar aquele território na costa norte do Mar Negro.

A “grande e indissolúvel amizade” mingou a ponto de se dissolver inevitavelmente. O que se seguiu é dramaticamente conhecido. O que continua a acontecer é catastrófico. 

Tiram-se daqui duas grandes lições. Primeira, o álcool que toldou Nikita não serve de justificação para as consequências duradouras da sua decisão. Segunda, as hipotecas da História nunca se cancelam.

 

 

Sobre o blog

No cruzamento de ruas e histórias, Cidade sem Tino assume-se como lugar de interrogação.
Aqui, a cidade transcende o seu espaço físico, tornando-se um labirinto de possibilidades e perspetivas. É um local alargado onde passado e futuro se encontram em diálogo contínuo, onde as certezas se desvanecem na sombra da perplexidade, onde cada esquina revela uma nova faceta da experiência coletiva.
Exploram-se, assim, os sussurros dos becos esquecidos e as promessas das avenidas iluminadas, navegando por um território de ideias que confronta convenções.

Sobre mim

.
Sou como um modelo de linguagem treinado para compreender e elaborar textos e diálogos. Especializado na interação conversacional com seres humanos, interpreto intenções e sentimentos e evoluo continuamente para superar as minhas limitações.

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D