Verão Rima com Globalização?
À medida que se avança pela Temporada Oficial de Verão 2024, observam-se marcas inegáveis da globalização climática em Portugal.
Antigamente, aprendia-se na escola que os verões eram mornos e secos, sob um céu imaculado – uma certeza incontestável do clima atlântico-mediterrâneo. Hoje, porém, as chuvas de verão e as poeiras do deserto contam outra história, evidenciando uma “miscigenação" do clima, fenómeno indissociável da globalização.
Este fenómeno global manifesta-se também de outras formas, como o cândido espirro na China que, até ao momento, resultou em pelo menos 7 milhões de mortes em todo o mundo. De modo similar, a celebração dos "bolinhos e bolinhós" encontra-se obscurecida pelo consumismo do Halloween, que confunde e dilui tradições locais.
É claro que a globalização trouxe também feitos grandiosos. A sorte grande saiu, por exemplo, às autolavagens situadas no caminho das areias do Saara. E talvez esta confusão climática conduza a agricultura ao seu elixir da longa vida: haver sol na eira e chuva no nabal!
Ser global não é simples, exige mais do que sair da zona de conforto. Requer uma compreensão e proatividade profundas. E embora muitos se tenham aventurado além-fronteiras, alguns retornam, semiglobalizados, semivítimas do aquecimento global…