Onde está a minha Tribo?
Em caminhos que atravessam florestas de solidão, cada passo é uma oportunidade de forjar ligações e descobrir significados.
Muitos vivem sem se filiar em partidos ou religiões nem se deixar levar pelo entusiasmo dos estádios de futebol. Evitam pertencer a espaços onde as tradições e ideologias são meras sombras do amplo horizonte da experiência humana. O percurso pelos desertos ideológicos não é uma procura de abrigo contra o vento, mas um caminho para a descoberta da brutalidade da beleza e da relação invisível que nos une.
As árvores de inverno, nuas e solitárias, encarnam a resistência tranquila: enfrentam o frio não com desespero, mas com a dignidade de quem encontra revelações na solidão. O seu isolamento evoca uma coragem coletiva e celebra a identidade, longe dos conflitos. Afinal, a moral não se forja nos dogmas, mas sim na textura da própria existência, o tecido vivo que nos liga, mesmo perante as distâncias percebidas.
Onde está, então, a tribo? A tribo não é um grupo definido, é um coletivo de mentes curiosas. As árvores isoladas no frio não estão verdadeiramente sós: as suas raízes invisíveis entrelaçam-se na rede subterrânea que sustenta o ser.