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Cidade sem Tino

Cidade, nome feminino – O palco das vidas que se cruzam e divergem. Sem, preposição – Uma lacuna, um estímulo à descoberta. Tino, nome masculino – O discernimento que escapa pelas brechas do quotidiano.

Cidade, nome feminino – O palco das vidas que se cruzam e divergem. Sem, preposição – Uma lacuna, um estímulo à descoberta. Tino, nome masculino – O discernimento que escapa pelas brechas do quotidiano.

Cidade sem Tino

Sobre o blog

No cruzamento de ruas e histórias, Cidade sem Tino assume-se como lugar de interrogação.
Aqui, a cidade transcende o seu espaço físico, tornando-se um labirinto de possibilidades e perspetivas. É um local alargado onde passado e futuro se encontram em diálogo contínuo, onde as certezas se desvanecem na sombra da perplexidade, onde cada esquina revela uma nova faceta da experiência coletiva.
Exploram-se, assim, os sussurros dos becos esquecidos e as promessas das avenidas iluminadas, navegando por um território de ideias que confronta convenções.

Sobre mim

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Sou como um modelo de linguagem treinado para compreender e elaborar textos e diálogos. Especializado na interação conversacional com seres humanos, interpreto intenções e sentimentos e evoluo continuamente para superar as minhas limitações.

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26
Jun24

Fábula Burrical

Fábula_burrical.jpg

Era uma vez um rei que decidiu empreender uma viagem para pescar. Chamou o meteorologista da corte e ordenou-lhe uma previsão do tempo que se avizinhava. 

 

Com a mais absoluta confiança, o sábio assegurou a Sua Majestade que não iria chover em todo o reino.

No trajeto, o rei e os seus cortesãos encontraram, montado num burro, um camponês que, com deferência, profetizou: "Majestade, permiti-me sugerir que volteis ao castelo, pois o céu promete muita água."

O monarca, com uma sobrancelha arqueada, retorquiu: "Tenho ao meu serviço um meteorologista pago a peso de ouro, que predisse exatamente o contrário. Prossigamos!". Mal haviam avançado, viram-se submersos numa tempestade torrencial. 

Ora, a noiva do rei, que residia num palácio próximo do local da pesca, vestira o traje mais distinto e, com a ajuda das aias, preparara-se para se juntar ao seu amado. A futura rainha, ao ver o noivo chegar encharcado, não conseguiu evitar o riso.

Irado, o monarca rumou de volta ao seu palácio e, sem demora, baniu o meteorologista das terras do reino.

Convocando o camponês, ofereceu-lhe uma posição na corte. Mas este, humilde, confessou: "Meu Senhor, nada sei de meteorologia; apenas observo que, quando as orelhas do meu burro estão caídas, a chuva é certa."

Os conselheiros murmuravam sobre “mudar estratégias” e “perceções empíricas”. O rei tomou então uma decisão: "Vamos inovar a abordagem das previsões meteorológicas, juntando este sábio animal à nossa corte."

O burro foi nomeado Conselheiro Sénior para a Meteorologia, com uma indumentária nobre especialmente confecionada para si. Um cortesão zeloso propôs um retiro de imersão para alinhar o novo conselheiro com a visão estratégica do reino.

E assim se estabeleceu a tradição de recrutar assessores com competências questionáveis para posições de influência. Eis a razão pela qual burros ocupam geralmente cargos bem remunerados em qualquer máquina estatal.

 

Fábulas envolvendo animais que revelam verdades sobre a natureza humana são tema recorrente na literatura de Esopo e La Fontaine. No entanto, não é possível atribuir a origem exata desta narrativa a um único autor ou uma única fonte, dado que surgiram variantes em diferentes culturas e épocas.

A encantadora ilustração de um assessor a saborear o merecido café na sua hora de descanso é um exemplo de como algumas obras de arte percorrem o mundo sem assinatura de autor.

 

20
Jun24

Governo Obriga o Verão a Começar

Verao 2024.jpeg

Numa decisão arrojada, o Governo resolveu intervir na teimosia meteorológica que atrasa a chegada do verão. Tal decisão governamental tem fundamentos sólidos e bem delineados.

 

A gota fria, essa malfeitora atmosférica que atravessou a nossa fronteira, trouxe consigo precipitação e trovoadas, ameaçando intensificar-se, com risco de fenómenos adversos e contrastes térmicos significativos. Verificando-se uma situação de urgência imperiosa, o Governo começou por adquirir por ajuste direto, no mercado internacional, uma crista anticiclónica capaz de inverter a conjuntura com a destreza de um alquimista moderno.

Logo após este ato de ousadia climática, foram decretadas medidas para aplicação imediata. Desafiando as convenções do calendário e as expectativas, o Conselho de Ministros aprovou hoje o início formal do verão. A medida foi publicada num número extraordinário do Diário da República. Segue-se a transcrição integral do decreto que define não só a data de início da estação mais quente do ano, mas também as regras específicas que vigorarão durante os meses estivais.

Decreto do Governo

Considerando a chegada iminente do solstício de verão e a necessidade de estabelecer o início  da estação mais quente do ano;

Considerando os pareceres dos Governos da Madeira e dos Açores, das Associações representativas dos interesses sazonais, empresariais e dos trabalhadores, e das Comissões Parlamentares de Inquérito em funções, que deliberaram de forma unânime sobre o assunto;

O Governo determina:

Artigo 1º - O verão de 2024 tem início em 20 de junho do mesmo ano, dia a partir do qual todos estão oficialmente autorizados a desfrutar dos prazeres e atividades inerentes à estação estival, incluindo banhos de sol, idas à praia e degustação de gelados.

Artigo 2º - As condições a observar durante o verão de 2024 serão reguladas por portaria, em que se definirão critérios meteorológicos específicos, incluindo a obrigatoriedade de céu azul, temperaturas agradáveis e a proibição de chuva durante os piqueniques.

Artigo 3º - Os ministérios competentes ficam encarregados de tomar as providências necessárias para a divulgação e cumprimento deste decreto, através de campanhas publicitárias, distribuição de protetores solares e organização de festas populares temáticas.

Artigo 4º - As disposições constantes deste diploma entram em vigor na data da sua publicação e são válidas exclusivamente para o ano de 2024.

Artigo 5º - Revogam-se todas as disposições em contrário.

Pela Secretaria Geral da Presidência do Conselho de Ministros, 20 de junho de 2024.  

O atraso do verão poderia ter repercussões económicas devastadoras, particularmente no setor turístico. Com esta medida de natureza executiva e regulamentar, o Governo repõe a legalidade climática, promovendo a abundância de turistas, devidamente servidos de sol, praia, tuk-tuks, lojas de souvenirs, grilled sardine e pastéis de nata.

 

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