Fúria de uma Cabra de Companhia
Poema Pet Friendly
Aurora
Bé-é-é-é! bé-é-é!
Cabra nasce lá na quinta,
olhos sãos, pelagem tinta,
a balir, livre que é!
Cabra aprende a saltitar,
cabra vive a descobrir,
cabra dança até cair,
corre, corre, sem parar!
Cabra cresce, forte e pura.
Mãos afagam, cabra sente
calor, carinho presente,
brotam afetos sem censura.
Inquietação
Cabra corre, cabra cresce.
Dentro dela arde um vulcão!
Sem limites, nem prisão.
Cabra olha… cabra esquece.
Cada passo, uma explosão!
Corre, raspa chão incerto.
Salta longe, foge perto,
corre cabra, solta a mão.
Cabra luta, não se rende.
Corre cabra, chega a hora!
Foge, foge, sem demora,
não recua, vai em frente.
Dança com o infinito
Corre cabra, corre agora!
Cabra corre, cabra voa,
cabra vive numa boa.
Vento chama, mundo fora!
Mundo gira, solta as garras.
Cabra rola, cabra dança.
Já sem freios, na balança,
corre cabra, sem amarras.
No vazio da imensidão,
cabra busca, sem cansar.
Alma livre a despertar,
coração em confusão!
Peso do sonho
Corre, corre, chão que arde,
tudo foge em fúria fria.
Cabra sente a fantasia.
Corre cabra, sem alarde.
Liberdade tem seu preço,
cabra corre, cabra para,
olha em volta, nada aclara,
alma vira-se do avesso.
Fúria corre sempre além!
Olhos fecham, noite avança,
à beira do rio descansa,
corre cabra, sem ninguém.