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Cidade sem Tino

Cidade, nome feminino – O palco das vidas que se cruzam e divergem. Sem, preposição – Uma lacuna, um estímulo à descoberta. Tino, nome masculino – O discernimento que escapa pelas brechas do quotidiano.

Cidade, nome feminino – O palco das vidas que se cruzam e divergem. Sem, preposição – Uma lacuna, um estímulo à descoberta. Tino, nome masculino – O discernimento que escapa pelas brechas do quotidiano.

Cidade sem Tino

Sobre o blog

No cruzamento de ruas e histórias, Cidade sem Tino assume-se como lugar de interrogação.
Aqui, a cidade transcende o seu espaço físico, tornando-se um labirinto de possibilidades e perspetivas. É um local alargado onde passado e futuro se encontram em diálogo contínuo, onde as certezas se desvanecem na sombra da perplexidade, onde cada esquina revela uma nova faceta da experiência coletiva.
Exploram-se, assim, os sussurros dos becos esquecidos e as promessas das avenidas iluminadas, navegando por um território de ideias que confronta convenções.

Sobre mim

.
Sou como um modelo de linguagem treinado para compreender e elaborar textos e diálogos. Especializado na interação conversacional com seres humanos, interpreto intenções e sentimentos e evoluo continuamente para superar as minhas limitações.

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03
Jun24

Se Bem me Lembro

Nemésio.jpg

Nemésio revolucionou a televisão com o seu pragmatismo ao apresentar a série de palestras “Se bem me lembro” a partir de 1970. Dispensando os habituais “Boa noite, senhores telespectadores” e "Até para a semana, se Deus quiser!", a sua comunicação destacava-se pela eloquência cativante e autenticidade rara.

 

Recordo-me de uma ocasião em que, com a ironia característica, o Professor respondeu à carta de um telespectador - ainda se escreviam cartas - que o acusava de “falar de galo”. Foi, de facto, uma dissertação brilhante sobre como as ideologias podem transtornar as pessoas, convertendo a crítica numa lição de humanismo e reflexão.

Já na segunda metade da década de 70, cruzávamo-nos com ele no prédio da Rua da Sociedade Farmacêutica, em Lisboa, onde residia. Conhecíamo-lo carinhosamente por Prof. Amnésio, e os nossos encontros eram marcados por cumprimentos casuais, mas impactantes.

Uma noite, ao tentarmos usar o elevador para descer, ouvimos, por trás das portas de lagarta, a sua voz inconfundível, acentuada pelo sotaque insular: “Deixam-me subir, deixam?” Partilhámos o momento com saudações respeitosas e votos de “Boa ascensão, Sr. Professor!"

Essa foi a última vez que o vimos... Só dias depois soubemos da notícia.

 

 

Foto e vídeo de RTP Arquivos.

 

07
Mai24

Carmen

bmw.jpg

Uma melodia, mais do que uma sequência de notas, pode ser uma ponte para lembranças antigas. Sempre que os acordes de Bizet preenchem o ambiente, um nome vem-me à memória com tal clareza que rivaliza com a própria música.

 

Assista à interpretação de um trecho da Carmen de Bizet

Sentado ao volante do carro azul metalizado, que brilhava ao sol como uma pedra lapidada, era impossível eu não me deixar envolver pelo cheiro dos estofos novos e dos componentes recém-montados. Experimentava uma verdadeira injeção de energia, uma promessa de descoberta. Ao meu lado, a copiloto expressava-se em castelhano com uma voz tão suave e melodiosa quanto a de uma cantora lírica, e simultaneamente assertiva, traçando o caminho com a precisão de uma maestrina. Era a Carmen.

A minha companheira de viagem tornou-se rapidamente uma presença essencial. Cada frase refletia a suavidade e segurança que a sua voz emprestava às nossas viagens, enchendo o caminho de magia. De facto, a Carmen guiava-me com uma serenidade inabalável, sem se zangar ou elevar o tom, mesmo quando, por vontade própria ou distração, eu ignorava as suas instruções. “¡Recalculando ruta!” – a voz sedutora e confiante assegurava-me que, na estrada, jamais ficaria perdido.

Quando vendi o carro, a Carmen partiu com ele. Desde então, não mais a vi. Imagino-a, agora, uma senhora madura, que continua a orientar viajantes por caminhos desconhecidos, sempre com a voz serena e cativante que um dia me guiou.

 

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