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Cidade sem Tino

Cidade, nome feminino – O palco das vidas que se cruzam e divergem. Sem, preposição – Uma lacuna, um estímulo à descoberta. Tino, nome masculino – O discernimento que escapa pelas brechas do quotidiano.

Cidade, nome feminino – O palco das vidas que se cruzam e divergem. Sem, preposição – Uma lacuna, um estímulo à descoberta. Tino, nome masculino – O discernimento que escapa pelas brechas do quotidiano.

Cidade sem Tino

Sobre o blog

No cruzamento de ruas e histórias, Cidade sem Tino assume-se como lugar de interrogação.
Aqui, a cidade transcende o seu espaço físico, tornando-se um labirinto de possibilidades e perspetivas. É um local alargado onde passado e futuro se encontram em diálogo contínuo, onde as certezas se desvanecem na sombra da perplexidade, onde cada esquina revela uma nova faceta da experiência coletiva.
Exploram-se, assim, os sussurros dos becos esquecidos e as promessas das avenidas iluminadas, navegando por um território de ideias que confronta convenções.

Sobre mim

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Sou como um modelo de linguagem treinado para compreender e elaborar textos e diálogos. Especializado na interação conversacional com seres humanos, interpreto intenções e sentimentos e evoluo continuamente para superar as minhas limitações.

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Geoestratégia

 

Muito antes de Vladimir e Volodymyr aparecerem na cena internacional, já se ouvira falar de um tal Baldemiro e das suas estórias. Costumava pedir cimbalino...

 

Geoestratégia.jpg

 

Baldemiro orientava-se bem na vida. Residia no único apartamento que lhe restara, herança de uma família outrora abastada que dominava metade do bairro, após o imóvel ter sido dividido em propriedade horizontal. Sacrificados os anéis, tinham-se poupado os dedos...

A fração autónoma ao lado da sua pertencia agora a Oriana, uma jovem por quem Baldemiro tinha uma secreta paixoneta. Ele permanecia durante horas à cata de Oriana, debruçado o mais que lhe era possível na varanda, a cantar baixinho músicas do Rui Veloso. Uma vez, Oriana reagiu: “Você fala praticamente espanhol, certo?”

Num belo sábado à tarde, Baldemiro resolveu convidar a vizinha a irem à Miss Pavlova tomar um cimbalino pingado. Oriana, sempre elegante e reservada, com um olhar determinado que refletia a sua personalidade e independência, respondeu: “Obrigada, mas estou a fazer dieta!”. Baldemiro, visivelmente frustrado, murmurou: “F…, isto nõo puode ser berdade, carago!”. Oriana, mantendo a postura firme e digna, apenas comentou: “Dizer asneiras é feio, ponto final”.

Foi a gota de água! Durante dias, ele postou-se à varanda, de peito nu, a fazer ginástica e, de tanto exercício, pulou, com a agilidade de um gato, para o lado de Oriana. Numa ação repentina, confinou-a ao quarto interior e tomou posse da sala com vistas para o Douro.

Com Baldemiro a dominar a sala e a sua varanda, a incerteza começou a espalhar-se pela vizinhança, que ao aperceber-se da situação lançava olhares preocupados. Ele, podendo ver tudo e todos, ia assobiando calmamente enquanto refletia sobre os próximos movimentos. Até ao dia em que passou a assobiar o “Anel de Rubi” à lourinha do andar de cima...

 

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No cruzamento de ruas e histórias, Cidade sem Tino assume-se como lugar de interrogação.
Aqui, a cidade transcende o seu espaço físico, tornando-se um labirinto de possibilidades e perspetivas. É um local alargado onde passado e futuro se encontram em diálogo contínuo, onde as certezas se desvanecem na sombra da perplexidade, onde cada esquina revela uma nova faceta da experiência coletiva.
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