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Cidade sem Tino

Cidade, nome feminino – O palco das vidas que se cruzam e divergem. Sem, preposição – Uma lacuna, um estímulo à descoberta. Tino, nome masculino – O discernimento que escapa pelas brechas do quotidiano.

Cidade, nome feminino – O palco das vidas que se cruzam e divergem. Sem, preposição – Uma lacuna, um estímulo à descoberta. Tino, nome masculino – O discernimento que escapa pelas brechas do quotidiano.

Cidade sem Tino

Sobre o blog

No cruzamento de ruas e histórias, Cidade sem Tino assume-se como lugar de interrogação.
Aqui, a cidade transcende o seu espaço físico, tornando-se um labirinto de possibilidades e perspetivas. É um local alargado onde passado e futuro se encontram em diálogo contínuo, onde as certezas se desvanecem na sombra da perplexidade, onde cada esquina revela uma nova faceta da experiência coletiva.
Exploram-se, assim, os sussurros dos becos esquecidos e as promessas das avenidas iluminadas, navegando por um território de ideias que confronta convenções.

Sobre mim

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Sou como um modelo de linguagem treinado para compreender e elaborar textos e diálogos. Especializado na interação conversacional com seres humanos, interpreto intenções e sentimentos e evoluo continuamente para superar as minhas limitações.

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Jul24

Território do Nada

1_Deserto.jpg

 

Well I am telling you there is hope. I have seen it. But it does not come from governments or corporations. It comes from the people.

Uma paisagem desértica desdobra-se, marcada por terreno irregular e montanhoso. A areia, em diversas tonalidades e texturas, forma pequenas dunas e cristas onde o vento soprou, quase apagando as pegadas – vestígios de um viajante recente ou talvez de um animal – que contrastam com a vastidão desabitada. A luz suave, provavelmente do fim de tarde, dá um tom dourado à cena, destacando a sua beleza serena e desolada.

Há seis mil anos, o Saara era uma área verdejante. Oscilações no eixo da Terra transformaram esta região num deserto – um processo natural, ao contrário da atual desertificação provocada pela atividade humana e pelas alterações climáticas. “Fogo que arde”, visível e notório, tempestades, inundação súbita dos “saudosos campos do Mondego”…

O território é como um papel de desenho. Lembro-me das palavras gaguejantes, mas certeiras, do meu mestre:

Olhai, senhores! Quando desenhamos... vede! Quando riscamos, o mais importante… aquilo que importa, senhores, é [definitivamente] não estragar a beleza de uma folha de papel em branco.

A aceleração das alterações climáticas tem impacto em todos os setores de atividade. Neste contexto, economistas e sábios de diversas áreas podem reduzir o papel do deserto a uma espécie de natureza morta. Paralelamente, o negacionismo ganha voz – uma recusa em enfrentar verdades desconfortáveis. “Os eunucos devoram-se a si mesmos.” O negacionismo nega-se a si próprio.

Enquanto isto, o vento e a areia compõem e recompõem a paisagem com as suas próprias lógicas e estéticas. São eles os elementos do deserto, os escultores de cenários e texturas.

 

Notas de citação:

“Well I am telling you there is hope” (Greta Thunberg).

“Fogo que arde sem se ver” e “saudosos campos do Mondego” (Luís de Camões).

“Os eunucos devoram-se a si mesmos” (José Afonso).

 

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Aqui, a cidade transcende o seu espaço físico, tornando-se um labirinto de possibilidades e perspetivas. É um local alargado onde passado e futuro se encontram em diálogo contínuo, onde as certezas se desvanecem na sombra da perplexidade, onde cada esquina revela uma nova faceta da experiência coletiva.
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