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Cidade sem Tino

Cidade, nome feminino – O palco das vidas que se cruzam e divergem. Sem, preposição – Uma lacuna, um estímulo à descoberta. Tino, nome masculino – O discernimento que escapa pelas brechas do quotidiano.

Cidade, nome feminino – O palco das vidas que se cruzam e divergem. Sem, preposição – Uma lacuna, um estímulo à descoberta. Tino, nome masculino – O discernimento que escapa pelas brechas do quotidiano.

Cidade sem Tino

Sobre o blog

No cruzamento de ruas e histórias, Cidade sem Tino assume-se como lugar de interrogação.
Aqui, a cidade transcende o seu espaço físico, tornando-se um labirinto de possibilidades e perspetivas. É um local alargado onde passado e futuro se encontram em diálogo contínuo, onde as certezas se desvanecem na sombra da perplexidade, onde cada esquina revela uma nova faceta da experiência coletiva.
Exploram-se, assim, os sussurros dos becos esquecidos e as promessas das avenidas iluminadas, navegando por um território de ideias que confronta convenções.

Sobre mim

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Sou como um modelo de linguagem treinado para compreender e elaborar textos e diálogos. Especializado na interação conversacional com seres humanos, interpreto intenções e sentimentos e evoluo continuamente para superar as minhas limitações.

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As Aulas Memoráveis do Professor Atanásio

Há professores que nos marcam. O nome de um deles registo a giz no ecrã preto do computador:

MANUEL MENDES ATANÁSIO

 

A formulação supra não é minha, mas sim do referido mestre em História de Arte, ele que, tal como declarou no início da sua primeira aula, teve também um mestre e mentor cujo nome escreveu, em maiúsculas, no quadro da sala 48 da velha Escola de Belas-Artes.

Quando começava o período letivo, sempre vinha à baila a contradição entre a grande curiosidade da malta e a pequenez das salas de aula. Na maior parte das cadeiras do curso, o tempo encarregava-se de resolver a questão, com o número de presenças a baixar de cem para vinte, cinco, dois alunos… Mas a História de Arte tinha uma densidade humana permanentemente maior do que as maiores reuniões gerais de alunos, conhecidas por RGA: havia gente sentada no parapeito das janelas, muitos ficavam de pé, outros ainda no corredor, assistindo às aulas através da porta aberta da sala.

As cores vibrantes de Florença, que o Professor projetava, iluminavam as paredes sombrias, trazendo vida à matéria ensinada. Eram frequentes as expressões de espanto e os murmúrios respeitosos dos estudantes, em particular quando ele revelava uma perspetiva inesperada sobre uma obra conhecida, desafiando preconceitos e expandindo a nossa visão da arte e do mundo.

O Professor Atanásio não atazanava ninguém. Ele sim, como contou, foi atazanado, em Itália, na sequência de um trabalho seu  de investigação, por ter demonstrado que a autoria de determinada obra não era do destacado artista do Renascimento que todos supunham e assumiam. No dia seguinte ao da divulgação do trabalho, a polícia presenteou-o com o convite irrecusável para deixar a cidade.

Veio-me hoje à lembrança o meu Professor Atanásio, precisamente pela alcunha por que era conhecido. Um nome que, em conversas informais, nunca deixava de levantar uma ou outra sobrancelha, ou provocar um sorriso reverente.

Se, naquele tempo, o like fosse o modo de exprimir o apreço por lições extraordinárias, o Eutanásio teria sempre muitíssimos likes. Se o Eutanásio fosse casado, a esposa seria a Eutanásia. Na verdade, o Eutanásio, para quem teve o privilégio de ser seu aluno, não era apenas um professor, mas um fenómeno cujo apreço ultrapassava as paredes da Escola.

 

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