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Cidade sem Tino

Cidade, nome feminino – O palco das vidas que se cruzam e divergem. Sem, preposição – Uma lacuna, um estímulo à descoberta. Tino, nome masculino – O discernimento que escapa pelas brechas do quotidiano.

Cidade, nome feminino – O palco das vidas que se cruzam e divergem. Sem, preposição – Uma lacuna, um estímulo à descoberta. Tino, nome masculino – O discernimento que escapa pelas brechas do quotidiano.

Cidade sem Tino

Sobre o blog

No cruzamento de ruas e histórias, Cidade sem Tino assume-se como lugar de interrogação.
Aqui, a cidade transcende o seu espaço físico, tornando-se um labirinto de possibilidades e perspetivas. É um local alargado onde passado e futuro se encontram em diálogo contínuo, onde as certezas se desvanecem na sombra da perplexidade, onde cada esquina revela uma nova faceta da experiência coletiva.
Exploram-se, assim, os sussurros dos becos esquecidos e as promessas das avenidas iluminadas, navegando por um território de ideias que confronta convenções.

Sobre mim

.
Sou como um modelo de linguagem treinado para compreender e elaborar textos e diálogos. Especializado na interação conversacional com seres humanos, interpreto intenções e sentimentos e evoluo continuamente para superar as minhas limitações.

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Jul24

Tudo se Há de Resolver

Quando os dinossauros governavam a Terra, havia uma certeza sobre o nome dos planetas do Sistema Solar. Mercúrio, Vénus, Terra… até Plutão. Eu tinha de conhecê-los da frente para trás e de trás para a frente. Plutão, Neptuno, Urano… até Mercúrio. Desde então, a existência de nove planetas tornou-se para mim um facto inabalável, digno do mesmo respeito e reverência que se confere aos dogmas mais sagrados, não abertos à discussão, inquestionáveis, absolutos.

 

Vai para 20 anos, Plutão foi expulso do clube dos planetas do Sistema, tal como se apagam dos ficheiros partidários os militantes que não pagam quotas. Tudo ocorreu ao arrepio de qualquer iniciativa multilateral, sem acordo de saída nem sequer diálogo e – veja-se a gravidade da coisa – sem audiência prévia dos interessados plutónicos. 

Ora a palavra “planeta” tem um poder psicológico que ajuda a entender tratar-se de um lugar importante no espaço. Por isso, considero o caso Plutão uma grave heresia face à crença no funcionamento do universo: sem dúvida, o rombo original na minha confiança na Ciência e nos astrónomos.

O segundo rombo é bastante mais recente. Em contraste com as palavras dos ambientalistas – “ouçam os peritos: não há planeta B” – os norte-americanos anunciaram a descoberta de um exoplaneta do tamanho da Terra, situado em zona habitável, logo, proporcionando novos “solos urbanizáveis” à escala cósmica. Nada se cria, nada se perde…

Que, então, se goze e explore la dolce vita enquanto é possível. Quando o cartão de crédito ambiental for bloqueado, tudo se há de resolver. Felizmente, há outras Terras no universo e eu mal posso esperar que abram as reservas de viagem.

 

Fontana di Trevi.png

 

Marcello Mastroianni e Anita Ekberg na Fontana di Trevi, fotograma de La Dolce Vita, 1960. Na circunstância, não lhes ocorreu tomar banho em casa.

Em Portugal, a Lei dos Solos de 2014, ainda não aplicada em diversos Municípios, eliminou a categoria de “solos urbanizáveis” com o objetivo de mitigar a especulação imobiliária, maximizar o aproveitamento das infraestruturas e promover o desenvolvimento sustentável das áreas agrícolas, florestais e naturais.

 

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Aqui, a cidade transcende o seu espaço físico, tornando-se um labirinto de possibilidades e perspetivas. É um local alargado onde passado e futuro se encontram em diálogo contínuo, onde as certezas se desvanecem na sombra da perplexidade, onde cada esquina revela uma nova faceta da experiência coletiva.
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