Fabricantes de Burkas
Damasco, a cidade onde nascem e morrem impérios, tomba sem resistência, engolida pelo caos que traz novos senhores, mas dificilmente a paz.
Em poucos dias, as cidades da Síria são tomadas por grupos rebeldes, cuja rapidez mais parece uma corrida desesperada para decidir quem primeiro irá reivindicar o poder. O presidente foge apressadamente, deixando um quase vazio de autoridade.
No passado, a Rússia esteve ao lado de Assad com todas as forças, travando os avanços islamitas com uma brutalidade que despovoou cidades inteiras, como Alepo. Agora, com a atenção de Putin voltada para outras geografias, o progresso dos insurgentes é impressionante. A nula resistência das tropas regulares, a pão e água, deixa o campo livre para que novas bandeiras se desfraldem em Damasco.
Irão os senhores do poder seguir à risca o manual afegão? Usando práticas que mais se assemelham a um catálogo de horrores medievais? Diz-se que, entre os patrocinadores dos rebeldes, estão os fabricantes de burkas. Amordaçar as mulheres é o primeiro passo firme para a erradicação da liberdade.