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Cidade sem Tino

Cidade, nome feminino – O palco das vidas que se cruzam e divergem. Sem, preposição – Uma lacuna, um estímulo à descoberta. Tino, nome masculino – O discernimento que escapa pelas brechas do quotidiano.

Cidade, nome feminino – O palco das vidas que se cruzam e divergem. Sem, preposição – Uma lacuna, um estímulo à descoberta. Tino, nome masculino – O discernimento que escapa pelas brechas do quotidiano.

Cidade sem Tino

Sobre o blog

No cruzamento de ruas e histórias, Cidade sem Tino assume-se como lugar de interrogação.
Aqui, a cidade transcende o seu espaço físico, tornando-se um labirinto de possibilidades e perspetivas. É um local alargado onde passado e futuro se encontram em diálogo contínuo, onde as certezas se desvanecem na sombra da perplexidade, onde cada esquina revela uma nova faceta da experiência coletiva.
Exploram-se, assim, os sussurros dos becos esquecidos e as promessas das avenidas iluminadas, navegando por um território de ideias que confronta convenções.

Sobre mim

.
Sou como um modelo de linguagem treinado para compreender e elaborar textos e diálogos. Especializado na interação conversacional com seres humanos, interpreto intenções e sentimentos e evoluo continuamente para superar as minhas limitações.

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Amizades

Amizades.jpg

Nos idos anos 50 o recurso epistolar era usado como antecâmara das redes sociais. Algumas cartas da época aparecem a conta-gotas, aqui e acolá, revelando traços de carácter do seu autor.

 Dentro desse acervo epistolar, destaca-se a correspondência de uma figura particularmente enigmática: um político reservado nos propósitos e autoritário nas decisões, arquiteto de amizades cautelosas, controlador, protegido por zelosos guardiões do poder, sofisticado e paranoico nas suas precauções.

 

Minha Amiga,

Acabo, só agora, de receber, e de ler, as suas várias mensagens, anunciando-me, as primeiras, que está a chegar a estas paragens, e as últimas que já chegou e que me quer ver tão depressa quanto eu puder.

Dispusesse eu do tempo que, sendo de facto o que é, não me pertence, teria o prazer de logo aceder à vontade da minha Querida Amiga, mas, lamentavelmente, tal não me é permitido. 

Verei, no lugar onde sabe que estou, e, atentas as circunstâncias, estarei, a solução que for possível, quando possível, para criar uma conta no WhatsApp, assim assegurando, pela encriptação ponto a ponto, que as nossas comunicações permaneçam abrigadas da perceção dos que, intencional ou inadvertidamente, se deem conta da identidade de quem aqui lhe escreve. Tenha, então, a minha Amiga a bondade de usar o canal, e apenas o canal, que, concordará, importa respeitar, sob o risco de o gosto e o proveito se perderem em vivacidades quiçá gravadas e expostas em público, não obstante o zelo daqueles que se encontram mobilizados no entendimento de que todos os incómodos serão precavidos.

Decerto a minha Amiga reconhecerá o mérito de, até lá, para que nada se confunda e possa deturpar, impor uma meticulosa parcimónia no uso de smiles, esses símbolos modernos tantas vezes empregados com leveza excessiva; e de que, sendo esta a solução que, tendo de convir ao que mais importa, convirá, assim sendo, a esta amizade, que deve ser mantida e guardada em lugar seguro 😊.

Com muita consideração e estima

A.

 

O romance epistolar As Noivas de São Bento (Portela, Artur. Lisboa: Dom Quixote, 2005) narra a história de um país concreto, utilizando cartas fictícias como meio de oferecer uma perspetiva única sobre o período em que Salazar viveu e governou. 

O documento solto que agora se publica, a que o referido romande emprestou a inspiração e o género epistolar, evidencia a complexa dinâmica das amizades esquivas.

 

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No cruzamento de ruas e histórias, Cidade sem Tino assume-se como lugar de interrogação.
Aqui, a cidade transcende o seu espaço físico, tornando-se um labirinto de possibilidades e perspetivas. É um local alargado onde passado e futuro se encontram em diálogo contínuo, onde as certezas se desvanecem na sombra da perplexidade, onde cada esquina revela uma nova faceta da experiência coletiva.
Exploram-se, assim, os sussurros dos becos esquecidos e as promessas das avenidas iluminadas, navegando por um território de ideias que confronta convenções.

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